Peço o que posso,
peço demais,
dão me o que peço
pouco por demais.
Vivo com o pouco,
o pouco que me dão,
e isso deixa-me louco,
doido de sofreguidão.
Darei eu por demais,
darei eu sem vontade,
pedirei eu a mais,
pedindo a minha metade.
Interesseiro pois sou,
mas custa não querer,
sempre que me dou,
um pouco também receber.
Invejoso talvez,
vendo quem dou receber
o que queria para mim,
dado que dou o que almejo ter.
Peço o que penso que posso,
dou o que sei que almejo,
mas o que quero é tão simples,
uma carícia, um carinho um beijo.
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